The Artist
sábado, janeiro 24, 2015The Artist (O Artista, 2011) é uma produção ousada do diretor e roteirista francês Michel Hazanavicius. É uma verdadeira viagem à era de ouro do cinema, filmado em preto e branco e (quase) mudo, o longa recebeu 10 indicações ao Oscar.
Um filme de enredo simples, mas contado
de forma primorosa. O diretor recriou a estética do cinema mudo para contar a
história de um astro que entra rapidamente em declínio devido a transição do
cinema mudo para o falado.
O cenário histórico é de Hollywood no final dos anos 1920, ir ao cinema era uma forma importante de entretenimento e um
meio de encontro social. Nesse contexto encontramos o personagem principal da
trama: George Valentin (interpretado por Jean Dujardin), uma estrela do cinema
mudo que tem o mundo aos seus pés, é extremamente vaidoso e adora exibir o seu
charme. Mas toda essa pompa é destruída quando a indústria cinematográfica se
rende ao advento dos filmes sonorizados.
O cinema mudo expressava a palavra através
da representação, havia entre os frames letreiros com alguns diálogos, mas quem
contava a história eram as expressões e os movimentos dos artistas, que foram
importados do teatro. Note que em filmes mudos antigos a representação era bem
exagerada e teatral, o artista tinha mais liberdade. Com a chegada do som a
forma de representar teve de ser repensada, pois a teatralidade e mimica não
combinavam junto com a fala, muitos artistas não conseguiram se adaptar a essa
nova forma de representação e se viram obrigados a sair de cena. A figura de
Valentim retrata essa decadência vertiginosa de muitos atores da passagem do
cinema mudo para o filme falado.
Em contraponto uma jovem dançarina e
aspirante a atriz Peppy Miller (interpretada por Bérénice Bejo) ganha notoriedade
na indústria hollywoodiana e desponta numa carreira bem sucedida como atriz de
filmes falados, ela conheceu o sucesso com a ajuda de George. Sua figura faz
alusão aos artistas que estavam começando na época do cinema falado e abraçaram
a novidade.
A insistência de George em produções mudas
ilustra a resistência que os artistas tiveram em agarrar uma nova oportunidade
no cenário cinematográfico, ao ser engolido pelos avanços tecnológicos, o personagem
também revela uma faceta cruel e contemporânea: a do descarte.
Vivendo o mesmo momento, mas diferentes
realidades, os caminhos desses dois artistas se cruzam ao longo da projeção. Ela
em constante ascendência e ele cada vez mais fadado ao declínio e esquecimento.
The
Artist é repleto de bom
humor, referências e sacadas, é um exercício nostálgico e uma linda homenagem à
Sétima Arte e aos seus amantes. Pelo menos para mim, foi um filme em que eu não
disse “devolve meu ingresso” vale muito a pena assistir.
2 comentários
Esse filme é bem legal, assisti logo quando lançou!
ResponderExcluirBeijos, Jell e Marcelo
www.urbanoeretro.com.br
Esse filme está aqui na minha listinha para assistir o quanto antes! Ouço falar muito bem dele, estou curiosa! ^^
ResponderExcluirBeijos, Pri
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